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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O que está por trás das perguntas “pegadinhas” (Lc 10,25-37) (06/10/08)

        Dois aspectos do Evangelho de hoje se destacam: o mestre da lei, que foi perguntar a Jesus algo que já sabia a resposta; e a inteligência superior de Jesus diante desta situação.

        Todo professor já passou ou vai passar por uma situação assim: o aluno que quer testar o mestre. Não falo do aluno que faz perguntas para aprender, mas daquele que pergunta algo que já sabe a resposta. Nesse caso, a intenção do aluno é testar o professor, e se possível, tentar pegá-lo em algum erro ou contradição. E por que um aluno faz isso? No fundo, no fundo, para tentar se mostrar superior ao mestre. É o instinto de competição. Diante de uma situação dessa, o mestre pode reagir de duas formas: usando de sua autoridade para inibir tal comportamento, ou aceitando o desafio. Jesus criou uma terceira alternativa...

        A inteligência superior de Jesus encarava cada situação como uma nova oportunidade para evangelizar. Jesus percebeu que estava diante de um sujeito que estava buscando testá-lo (ele já tinha a resposta para a sua primeira pergunta). E a sua segunda pergunta, ("Quem é o meu próximo?"), tinha a clara intenção de fazer Jesus dizer algo que pudesse ser contestado. Mas a resposta de Jesus foi apresentar uma situação na qual ficasse claro que o próximo é aquele que ama. Ou seja, aquele que faz o bem sem olhar a quem, sem esperar receber nada em troca. Esse é quem irá herdar a vida eterna.

        Com esta resposta, o malicioso mestre da lei não tinha mais o que contestar nem discutir. Se Jesus tivesse respondido diretamente a pergunta, teria aberto a possibilidade para novos questionamentos. O que seria improdutivo, já que a intenção deste questionador não era aprender, mas tentar ridicularizar Jesus.

        Lição para os mestres: Não prolongar discussões com alunos desse tipo.

        Lição para os alunos: Não perca a oportunidade de aprender e se aproximar de um bom mestre por causa desses desafios. Geralmente esse tipo de questionamento (que você já sabe a resposta) é encarado como falta de respeito. E ninguém gosta de trabalhar com quem não sabe respeitar.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com

www.reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com



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