Pesquisar neste blog

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 31 de outubro (Lucas 13,22-30)

Não se preocupe com quantos irão se salvar; faça a sua parte!

        O tema de hoje é Salvação. Alguém pergunta a Jesus se é verdade que poucos serão salvos. Certamente, esta pergunta foi feita por alguém que estava preocupado de estar fazendo parte do grupo dos não-salvos. Observe que Jesus não responde diretamente a pergunta. Ele nem diz que serão muitos nem que serão poucos... diz apenas que "façam o máximo esforço possível para passar pela porta estreita". Em outras palavras: NÃO SE PREOCUPE COM QUANTOS IRÃO ENTRAR, FAÇA A SUA PARTE!

        Os judeus daquela época, e muitos deles ainda hoje, se acham em posição privilegiada, por ter sido o povo escolhido de Deus... Só que eles não entenderam ainda que eles foram o povo escolhido de Deus para DISSEMINAR A PALAVRA DE DEUS, e não para ocupar o lugar de juízes e legisladores da humanidade, pois esse é o papel de Deus.

Jesus diz que "virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim, há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos." Os homens que virão do oriente, ocidente, norte e sul, são todos aqueles que não são judeus e estão espalhados pelo mundo. Somos os "últimos" a ter tomado conhecimento da mensagem de Deus, enquanto os que foram os primeiros a saber, poderão ser os últimos no Reino, ou até mesmo nem conseguir entrar, devido a prática da injustiça! Jesus é incisivo ao dizer que os injustos não serão reconhecidos pelo Pai. E isso vale para todos. E só pode ser injusto quem tem o mínimo de poder em suas mãos... Portanto... Que saibamos usar corretamente qualquer poder que nos seja concedido, seja com nossos irmãos, filhos, amigos, empregados, parentes, mas principalmente com os "pequeninos" de Jesus.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Conheça o Windows Live Spaces, o site de relacionamentos do Messenger! Crie já o seu!

Reflexão: Evangelho do dia 30 de outubro (Lucas 13,18-21)

Jesus costumava desafiar a própria inteligência

        Eu costumo dizer que quando uma pessoa entende muito de um assunto, consegue brincar com o próprio conhecimento na hora de repassá-lo. Os melhores professores sempre descobrem um jeito lúdico de ensinar algo complicado. Sempre começam mostrando algo que você entende, para depois fazer a comparação com o que ele quer que você aprenda. Aproveitam-se do chamado "conhecimento prévio", para acrescentar um novo conhecimento. E muitas vezes, é através dessa simplicidade, que aprendemos coisas complicadíssimas, e nunca mais esquecemos... tudo por causa da comparação que o bom professor nos mostrou.

        Quem nesse mundo entendeu mais de Reino dos Céus do que Jesus? E quem nesse mundo usou mais metáforas e comparações do que Jesus, para explicar algo complicado através de coisas simples do nosso dia-a-dia? Ele mesmo se desafiava constantemente, procurando formas de explicar para as pessoas simples, o que era o Reino de Deus. Mas quando eu falo simples, é simples meeeesmo!!! O agricultor, o pescador, a dona de casa, o pastor, o feirante... quase todos analfabetos...

        Jesus tinha que usar exemplos que eles estavam acostumados a ver no dia-a-dia. E um detalhe fantástico: Jesus usava os exemplos mais simples possíveis, e em outra passagem chega a dizer que explicava essas coisas em parábolas a fim de confundir os doutores, justamente porque os doutores não tinham contato com coisas simples como plantar sementes, preparar massa de pão ou de bolo... então eles tinham mais dificuldade de entender, e às vezes se confundiam...

        A didática de Jesus deveria ser copiada para todas as escolas, do jardim de infância até a universidade, como diz Augusto Cury, um dos maiores estudiosos vivos sobre a vida e o legado de Jesus.

        Hoje, Ele se desafia... "Com que poderei comparar o Reino dos Céus?" Primeiro Ele compara com o homem que lança uma semente de mostarda no seu jardim. A semente gera uma árvore que os pássaros do céu fazem ninhos em seus galhos. Qualquer pessoa simples daquela época sabia que a semente de mostarda é a menor dentre todas as sementes, e que gera uma árvore enorme... E o que isso tem a ver com o Reino dos Céus? Veja que comparação linda: o homem que atirou a semente é o próprio Jesus; a semente é o Evangelho; o terreno é o nosso coração; e a árvore que vai crescendo a partir daquela semente é a nossa vida, que é próprio Reino dos Céus... onde as aves do céu fazem ninho, ou seja, as crianças de todas as idades vêm se aconchegar... onde as pessoas vêm colher frutos para saciar sua fome de Deus... onde tantos vêm descansar à sua sombra quando estão cansados... e mesmo quando vem o lenhador e corta o seus galhos ou até o seu tronco, a árvore exala perfume sobre o machado que a feriu, mas não morre antes de espalhar novas sementes pelo mundo afora...

        A segunda comparação foi com o fermento que se mistura com 3 porções de farinha até que tudo fique fermentado. Jesus entendia até de cozinha!!! Quem cozinha sabe que não é só jogar o fermento e pronto... Existe todo um processo para fazer o fermento penetrar na massa. E eu fico imaginando aquelas mulheres, quando iam preparar o pão, fazendo as analogias a cada gesto durante a preparação do pão... Vejamos... A farinha é o nosso ser, e o fermento é o Amor. Enquanto a massa vai sendo misturada com o fermento, ela precisa ser batida, amassada, deformada e remodelada, para que o fermento se misture e fique igualmente distribuído em toda a massa, para que no momento de ir ao fogo, o pão resista ao calor e cresça por igual. Nós também precisamos ser amassados, deformados e remodelados para que o amor preencha todas as áreas da nossa vida... Enquanto houver áreas sem fermento (sem amor), aquela área deverá ser amassada e sofrer um pouco mais, até que o fermento do amor entre nela... tudo isso para que, no momento de ir ao fogo (às provações da vida), o nosso pão cresça por igual, sem áreas deformadas pela falta do fermento...

        Você deve ter observado que essa reflexão ficou grande, mas poderia ter ficado ainda maior, pela beleza e riqueza deste Evangelho... Jesus também se desafiaria para encontrar uma comparação interessante, com algo que você está habituado a ver no seu cotidiano, só para fazer você entender o que é o Reino dos Céus, e desejar, com todas as forças, fazer parte dele...

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Receba as últimas notícias do Brasil e do mundo direto no seu Messenger! É GRÁTIS! Assine já!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 29 de outubro (Lucas 13,10-17)

Você sabia que existem doentes que não querem ficar curados?

        O Evangelho de hoje mais uma vez traz o tema da cura realizada em dia de sábado. Para os judeus, o sábado é um dia sagrado, no qual não se deve trabalhar, e nem fazer nenhuma atividade física. Os antigos fariseus e mestres da lei haviam criado regras absurdas, como por exemplo: em dia de sábado não se devem usar calçados que precisem amarrar, não se deve viajar, não se deve curar ninguém (a não ser que o doente esteja em risco de morte)... E foi neste ponto que Jesus bateu de frente com os doutores da lei e os fariseus.

        Jesus estava pregando numa sinagoga, viu uma mulher "encurvada" devido a um espírito1 que a tornava doente há 18 anos e a fazia incapaz de se endireitar. Jesus CHAMOU2 a mulher e disse: "Mulher, estás livre da tua doença3." O chefe da sinagoga ficou revoltado4 por Jesus ter curado no sábado, e reclamou em voz alta. Mas Jesus respondeu com autoridade, dizendo que eles mesmos libertavam seus bois e jumentos para beber em dia de sábado, então "por que aquela filha de Abraão não deveria ser libertada daquela prisão, de 18 anos, em um dia de sábado?"5 Os "inimigos" de Jesus se envergonharam6, e a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que Ele fazia7.

        Observe que no parágrafo anterior eu marquei com um número cada um dos pontos que eu gostaria de destacar neste riquíssimo Evangelho de hoje.

        Primeiro: como Fisioterapeuta, eu já vi várias pessoas "encurvadas", o que nós chamamos de postura cifótica. Este é um problema que pode ter várias causas, inclusive psico-somáticas (de origem psicológica). Não podemos dizer que esse era o caso da mulher deste episódio, mas Lucas fala de um "espírito" que a prendia há 18 anos. Será que o espírito que habitava nesta mulher é o mesmo que habita hoje em tantas pessoas doentes de hoje, e que tem um nomezinho interessante: CARÊNCIA AFETIVA? Muitas pessoas adoram estar doentes, porque só assim conseguem ter a atenção das pessoas ao seu redor. Isso acontece com idosos, crianças, esposos(as), namorados(as)... e são provocados pelo mesmo "espírito": CARÊNCIA AFETIVA. Detalhe: São Lucas (o autor desse Evangelho) era médico, então ele sabia o que estava escrevendo.

        Segundo: O normal seria a mulher ter pedido para ser curada, certo? Mas São Lucas fez questão de dizer que Jesus CHAMOU a mulher! Então... ou a mulher estava se contendo porque era sábado, ou a mulher estava se contendo porque não tinha tanta certeza se queria ficar curada! Pode parecer absurdo, não é? Mas quando a doença passa a ser a forma de atrair a atenção das pessoas, o doente não quer perdê-la! É triste, mas acontece... e muito! Tem pessoas que desejam adoecer só pra ter a atenção do marido, dos pais, do médico, ou somente para não ir trabalhar ou estudar...

        Terceiro: A mulher era plenamente consciente! Estava escutando os ensinamentos de Jesus, e quando Jesus a chamou, falou claramente que ela estava LIVRE da DOENÇA, e ela se endireitou. Veja que Jesus não expulsou um demônio... Falou calmamente para ela, e ela ficou livre. Para mim, isto é forte indício de que o "espírito" ou "doença" poderia ser psico-somática. O que não diminui o mérito da cura! Muito pelo contrário! Essas doenças psico-somáticas são tão incapacitantes e sérias como qualquer outra. E a medicina ocidental tem muitas limitações nesta área.

        Quarto: o escândalo que o chefe da sinagoga fez, por causa da cura daquela mulher, foi típico de quem estava mais preocupado com o cumprimento de suas próprias leis, do que com a manifestação da misericórdia de Deus. Sabia que nós, às vezes, também somos assim?

        Quinto: O chefe da sinagoga devia estar acostumado a acusar as pessoas em voz alta, mas pela primeira vez encontrou alguém que respondeu com autoridade e argumentos incontestáveis. E as 2 conseqüências disso foram o sexto e o sétimo ponto.

        Sexto: Jesus deixou o chefe da sinagoga envergonhado, por ter exposto sua fragilidade perante o seu público. Isso deve ter provocado um profundo ressentimento, o que fez aquele chefe encarar Jesus como "inimigo".

        Sétimo: Lucas dizer que a MULTIDÃO INTEIRA se alegrava, significa que TODOS gostavam de saber que alguém tinha CORAGEM de denunciar os poderosos da época. Claro que alguns se alegravam apenas por ver os poderosos serem desmoralizados, mas acredito que a maioria se alegrava por saber que cumprir aquelas dúzias de regras não era o essencial, mas o principal era agir com amor e misericórdia, independente do dia da semana, da pessoa ou da lei.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Veja mapas e encontre as melhores rotas para fugir do trânsito com o Live Search Maps! Experimente já!

domingo, 28 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 28 de outubro (Lucas 18,9-14)

Você sai de uma missa do mesmo jeito que entrou?

        No Evangelho do domingo passado refletimos sobre a oração persistente. Neste domingo, iremos refletir sobre outro aspecto da oração: a forma de se colocar diante de Deus.

        O que está nas linhas: quem se exalta, será humilhado e não será atendido; quem se humilha, será exaltado e atendido por Deus. Agora, vejamos o que está nas entrelinhas... Observe a oração do fariseu: "Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, ladrões, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou dízimo de tudo o que ganho." E a oração do publicano que, batendo no peito, dizia: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador." O primeiro detalhe que salta aos olhos é a auto-suficiência do fariseu. Perceba que em sua oração, o fariseu se coloca como alguém que se considera superior às demais pessoas, e mais merecedor das graças de Deus. Ele não consegue enxergar seus próprios pecados, e é como se já estivesse garantido no Reino dos Céus. Do outro lado, o publicano se coloca em posição inferior à Deus, bate no peito (em sinal de reconhecimento e arrependimento dos seus pecados) e suplica a misericórdia de Deus. Somente o publicano foi "justificado", ou seja, Deus só fez justiça a ele. A oração do fariseu foi o mesmo que nada para Deus. Por quê? Porque somente o publicano estava aberto à ação de Deus.

        Vamos trazer para a nossa realidade...

        Você já participou de um desses retiros de final de semana? Ou de um momento de oração no qual você viu várias pessoas chorarem bastante? E você se sentia frio, insensível, porque você não sentia nada especial, nem tinha vontade de chorar... Olhava ao redor e até tentava entrar no clima, mas não conseguia... Você já tem uma vantagem sobre o fariseu, porque nem isso ele sentia. Talvez aquele fariseu até tenha olhado para o publicano lá no cantinho da igreja, ajoelhado, chorando e batendo no peito... mas não se compadeceu... pelo contrário, agradeceu "por não ser tão pecador como aquele publicano." O que Deus poderia fazer pelo fariseu? Nada. Este fariseu saiu da igreja do mesmo jeito que entrou. Do mesmo jeito que nós, quando vamos a uma missa, um retiro, uma adoração, um encontro, uma reunião, um momento de oração em grupo ou pessoal sem termos aberto uma porta (ou pelo menos uma janela) para Deus entrar. E como é que se abre essa porta (ou essa janela)? O publicano nos dá a dica: quando percebemos que existem aspectos da nossa vida que só Deus pode resolver. Tem pessoas que só precisam começar a rezar, que já começam a chorar... E não é por falsidade!.. É por perceber o quanto sentem falta de Deus...

        Você só tem a agradecer a Deus? Ótimo! Mas Deus quer fazer ainda mais na sua vida e na vida das pessoas que te rodeiam. Peça! Peça perdão... Peça que Ele te ajude em algum aspecto na sua vida que ainda não está bem resolvido... Peça forças para levar o Evangelho para outras pessoas que não conhecem... Abra a porta... A sua vida não pode ser tão perfeita, e você não tem como ser tão auto-suficiente a ponto de não precisar de Deus... tem?

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Encontre o que você procura com mais eficiência! Instale já a Barra de Ferramentas com Windows Desktop Search! É GRÁTIS!

sábado, 27 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 27 de outubro (Lucas 13,1-9)

Por que as pessoas morrem precocemente?

        Algumas pessoas gostam de dizer que a Bíblia fala sobre todos os assuntos, basta que saibamos interpretá-la... O Evangelho de hoje fala sobre um tema bastante atual: as catástrofes, as chacinas e os acidentes.

        Podemos dividir o Evangelho, didaticamente, em duas partes. Na primeira, Jesus comenta sobre o merecimento (ou não-merecimento) daqueles que morrem nestes eventos, e na segunda parte Ele conta uma parábola aparentemente fora de contexto.

        Quando acontece uma catástrofe, chacina ou acidente, sempre nos vêm uma pergunta: "Por que isso foi acontecer logo com eles?... Será que mereciam morrer? Morreram porque eram muito pecadores?" E para as pessoas boas que morrem precocemente nós também ficamos intrigados: "Mas ele era tão bom... não merecia ter morrido assim..."

        Hoje Jesus vem nos trazer uma resposta a essas perguntas. Estas pessoas não morrem assim porque são mais culpadas/pecadoras ou menos culpadas/pecadoras do que você ou eu... Lição que tiramos disso: Você ser uma boa pessoa não lhe dá garantia de que você viverá por mais tempo! E nem o contrário. Não existe regra para predizer quem morre antes e quem vive mais. Isso não cabe a nós, só a Deus.

        Se fosse hoje, ao invés de falar da Torre de Siloé, que caiu em cima de 18 pessoas e matou todas, Jesus teria falado das torres gêmeas, ou do tsunami, ou do avião da TAM, ou do holocausto dos judeus na Segunda Guerra, ou do seu parente, ou do seu amigo, que morreu e você ainda não entende por que Deus levou aquela pessoa, ao invés de levar outra... Ele não morreu porque era mais pecador ou menos pecador que você ou eu. Quer saber por que ele morreu? Por 2 motivos: Primeiramente, porque se ninguém morresse, o mundo não caberia mais tanta gente; e segundo, para lembrar aos que ficaram vivos que busquem aproveitar melhor a vida e serem felizes, para quando chegar a nossa vez de morrer, termos a tranqüilidade de saber que iremos para um lugar ainda melhor...

        A segunda parte do Evangelho é a Parábola da Figueira. O dono da vinha tinha mandado cortar a figueira estéril, mas o empregado pediu que desse mais um ano, que ele tentaria adubar a figueira, para ver se ela daria algum fruto. Sabe onde está a conexão entre esta parábola e a primeira parte do Evangelho? Quase sempre que acontece uma catástrofe, uma chacina ou um acidente, ficam os sobreviventes. Estes sobreviventes são como a figueira estéril, que Deus iria "cortar", mas o vinhateiro pediu uma chance de restaurá-la, e Deus concedeu. Observe que não existe uma causa para os que vão, mas existe uma causa para os que ficam: DAR FRUTOS.

        Você já sobreviveu a algum acidente, doença, assalto, tiroteio, etc? Pois é... Deus ia lhe cortar, mas Jesus pediu uma chance para tentar fazer você FRUTIFICAR... Mas Ele tem um prazo para trabalhar você... Dê frutos!

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com

 

P.S.: Obrigado, Manu! É muito bom poder contar com a sua Sabedoria! Sua reflexão foi profunda, me ajudou, e certamente ajudou muitas pessoas a pensar duas vezes antes de julgar, passar por cima dos outros em benefício próprio. Que o Espírito Santo continue iluminando sua mente, para que você ilumine tantas outras, e também se permita ser iluminada.



Encontre o que você procura com mais eficiência! Instale já a Barra de Ferramentas com Windows Desktop Search! É GRÁTIS!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 26 de outubro (Lucas 12,54-59)

Sabedoria para fazer a justiça e para negar o orgulho

        Jesus vem hoje nos adverter quanto as nossas atitudes e nossa sabedoria! Esta, excelente quando voltada para os conhecimentos técnicos, profissionais, racionais e terrenos, muitas vezes não é utilizada para julgar nossas próprias atitudes. Entretanto, quando uma outra pessoa age de maneira errada, logo sabemos fazer um julgamento: sabemos dizer que ela errou ao passar por cima de alguém para conseguir tal mérito; ao julgar o próximo e condená-lo sem mesmo, antes, saber da verdade; ao pedir um valor emprestado sabendo que não teria como pagar... Bem, quando nos colocamos na posição de juízes, encontramos vários erros nas atitudes dos outros, e o nosso conhecimento racional, nossa sabedoria terrena, nos é suficiente para julgar a atitude como certa ou errada. Porém, quando somos os réus, nossa sabedoria é utilizada para o oposto. Ela não serve mais para fazer um julgamento do que é certo ou errado, do que foi feito e do que deveria ter sido feito; ela simplesmente consegue arranjar desculpas, motivos, razões que justifiquem os meios; seguindo a tão conhecida frase de Maquiavel "os fins justificam os meios". Mas será que isto é realmente verdade? Talvez algumas pessoas estejam pensando que essa frase não foi realmente dita por ele e que ela é muitas vezes mal interpretada, como li em alguns textos que diziam para avaliá-la em um contexto. Sendo assim, podemos refletir: aos olhos de Deus, ao coração de um bom cristão, será que os meios são realmente justificados pelos fins? Roubar de alguém para não morrer de fome? Matar uma pessoa para não morrer? Enganar alguém para não fazer sofrer, agora? Mentir para não ser condenado? Esconder para não ser descoberto?

        Bem, essas são perguntas que nosso próprio coração nos responderá! Depende, apenas, de nos colocarmos como juízes ou réus, de escolhermos ser justos ou "espertos". Pois tudo é relativo, tudo depende do ponto de vista, uma coisa que é ruim ou errada pode ser certa ou boa. Mas e para Deus??? Quando Jesus nos diz: "Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. 55Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. 56Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? 57Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?" Ele sabe que somos capazes de interpretar os acontecimentos do céu e da terra e suas conseqüências, assim como sabemos julgar nossas atitudes e o que elas podem causar. E por que não agir corretamente ou nos julgar com justiça quando erramos???

        Talvez os versículos 58 e 59 nos respondam melhor a esta pergunta. "58Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo". Muitas vezes o nosso orgulho não nos permite reconhecer o erro e voltar atrás, pedir desculpas, consertar o que é possível nas conseqüências que deixamos... Então vamos "empurrando com a barriga" a situação que gera um ciclo-vicioso e quando finalmente percebemos, já estamos diante do juiz. E o pior não será diante do juiz terreno, mas do juiz celeste, que sabe agir com justiça e não nos permitirá usufruir do Reino dos Céus, sem antes pagar o que devemos, consertar com boas ações o que erramos.

        Sejamos humildes para reconhecer nossos erros, deixar o orgulho de lado e usar nossa sabedoria para julgar apenas a nós mesmos, sem ficar olhando o cisco no olho do irmão. Quem sabe assim, é possível reverter o mau que fizemos ainda aqui na terra!

 

OBS: Como Jailson Ferreira não pôde escrever hoje, ele me pediu para que eu fizesse a reflexão deste dia. Espero que tenha sido útil à vida de todos. Fiquem com Deus.

 

Manuele Jardim



Encontre o que você procura com mais eficiência! Instale já a Barra de Ferramentas com Windows Desktop Search! É GRÁTIS!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 25 de outubro (Lucas 12,49-53)

Afinal, Jesus veio trazer a Paz ou a divisão?

        O tema de hoje é bem definido: a divisão que Jesus veio trazer ao mundo. Ele mesmo admite que veio trazer o fogo à terra, e gostaria que já estivesse aceso. Admite que não veio trazer a Paz, mas a divisão dentro das próprias famílias! "Pai contra filho, filho contra pai, mãe contra filha, filha contra mãe, sogra contra nora, nora contra sogra." É claro que a nossa interpretação para isso deve ser que: apesar da sua mensagem ser de Paz e Amor, nem todos querem entender, receber ou mesmo aceitar que outras pessoas da mesma família se dediquem mais ao Evangelho do que à própria família.

        Eu conheço uma jovem que quanto mais pressão recebia da mãe para não se engajar às atividades na igreja, mais a menina se dedicava. A mãe queria que a filha "estudasse para ser alguém na vida, porque a igreja não iria sustentá-la". Até o namorado que a menina arrumou, que era bem envolvido nas atividades da igreja, a mãe era contra o namoro, e lutou até conseguir acabar o namoro. Foi então que, após anos de discussões, a menina resolveu entrar numa comunidade católica em outra cidade, deixando a mãe e a maior parte da família revoltadas. Qual a lição que podemos extrair desse fato real? O Evangelho de hoje explica: apesar da mensagem de Jesus ser de Paz, nem todos estão abertos para recebê-la, e isso gera conflitos dentro da própria casa.

        Dizia-se aqui, no interior do Nordeste do nosso Brasil, que cada família, dentre os seus 8, 10, 14, às vezes 20 filhos, tinha que ter um médico, um advogado e um padre. Ter um padre numa família era motivo de orgulho para os pais! Hoje em dia, no nosso meio, nas grandes cidades, como é difícil ver alguém querer ser padre, querer ser freira, e como é difícil encontrar pais que, na criação dos seus filhos, pensem no orgulho que seria: ter um filho padre, uma filha freira... A esmagadora maioria dos pais cria os filhos como a mãe da minha amiga: para dar um futuro profissional em que seu filho possa ser bem-sucedido com uma profissão tradicional. Para um filho vencer essa barreira criada pela expectativa dos pais, precisa ser bastante idealista, que é outro traço de personalidade que está ficando cada vez mais fraco hoje em dia... Basta ver a passividade com que aceitamos toda a corrupção no nosso país, no nosso estado, na nossa cidade, em nós mesmos...

        Dentre os 5 versículos de hoje, tem um que parece não se encaixar no contexto. Observe como o versículo 50 poderia ser omitido sem alterar em nada o sentido do texto. No entanto, sabe-se que Lucas não teria incluído este versículo (exatamente no lugar onde foi acrescentado) se ele não tivesse sido dito por Jesus neste momento. "Mas devo ser batizado num batismo, e quanto anseio até que ele se cumpra." O batismo do qual Jesus fala é a sua Paixão, Morte e Ressurreição na cruz. E Ele lembra esse fato durante este discurso para mostrar qual será a conseqüência desse "fogo" e dessa divisão que Ele veio trazer. Ele sabia que as pessoas as quais estava provocando eram capazes de tramar a sua morte. Ainda hoje, nas famílias divididas entre os que querem viver segundo os preceitos de Jesus e os que não querem, acontece a mesma coisa: a revolta dos que não aceitam Jesus chega a ser tão grande [contra os que aceitam], que se pudessem, matariam Aquele que provocou essa divisão. Da mesma forma que fizeram há 2000 anos...

        Mas o pior nem é a divisão entre os que aceitam e os que não aceitam, mas a divisão entre os próprios cristãos... Que até dentro da mesma casa, freqüentam igrejas de religiões "cristãs" diferentes, e vivem em desunião familiar... Acredito que quando Jesus falou nesse Evangelho, Ele não pensou que provocaria esse tipo de separação...

        Façamos, então, a nossa parte... semeando a Paz e o Amor para todos, sem distinção, sem preconceitos, sem julgamentos...

 

Jailson Ferreira

Jailsonfisio@hotmail.com



Receba as últimas notícias do Brasil e do mundo direto no seu Messenger! É GRÁTIS! Assine já!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 24 de outubro (Lucas 12,39-48)

Cuidado: se ler, depois não vai mais poder dizer que não sabia...

        A leitura de hoje é riquíssima, e poderia ser dividida para vários dias. O tema principal continua sendo a segunda vinda do Senhor Jesus, como se já nos preparasse para o Advento que começa no próximo mês.

        Os dois primeiros versículos (39-40) concluem a parábola do dono da casa, que se soubesse a hora em que o ladrão chegaria, não o deixaria arrombar a casa. Como deve ser ruim a sensação de chegar em casa e perceber que ela foi arrombada... Nós vemos as pessoas que nos falam, vemos em filmes e na televisão, mas só sabe a sensação quem já passou por isso... São seus bens materiais, mas que muitos têm até um valor sentimental, pelo esforço que exigiu durante anos de trabalho, ou foram presentes de alguém especial, que de uma hora para outra não existem mais... Eu conheço pessoas que nunca deixam a casa sem ninguém, com medo que alguém entre e leve seus bens. Quem já passou pela situação de ser assaltado(a) vai entender o que Jesus está dizendo nesses versículos. Se você soubesse que seria assaltado(a) naquele momento, teria tomado as providências para evitar o assalto, não é? Da mesma forma, Jesus pode voltar a qualquer momento... Onde e como Ele vai te encontrar?

        No versículo seguinte Pedro pergunta se aquelas palavras eram dirigidas apenas aos 12 Apóstolos ou para todos. Ora, Jesus estava falando em particular para os 12, e Pedro queria saber se essa mensagem deveria ser difundida para todas as pessoas. Nos versículos seguintes (42-48) Jesus responde a pergunta de Pedro comparando o nosso mundo a uma casa. Os "administradores fiéis e prudentes" de Deus são os Apóstolos, que hoje são representados pela Igreja Católica. E nós, leigos, somos o "pessoal" da casa. Certamente, se a segunda vinda de Jesus tivesse sido na Idade Média, os "administradores da casa de Deus" estariam encrencados... Mas na nossa época atual, a Igreja Católica procura cada vez mais acertar. Pode até não ter posicionamento definido para todas as questões do mundo, não ter todas as respostas, mas quando toma um posicionamento, sempre busca defender a dignidade do "pessoal da casa": nós. Quando a Igreja se posiciona contra o aborto, a camisinha e o sexo antes do casamento, por exemplo, é por um motivo: a defesa da dignidade humana. Você vale muito mais que muitos pardais... Vale muito mais que qualquer obra de arte, na qual se gastam milhões de dólares para se restaurar e manter a segurança. A Mona Lisa, por exemplo, é uma obra belíssima, feita por um artista espetacular, mas não passa disso. É uma obra de arte humana. Você é uma obra de arte feita por Deus, por isso a Igreja te defende tanto... para quando Jesus voltar, ela poder te devolver melhor do que quando ela te recebeu.

        A mensagem de hoje termina com um aviso muito sério: os castigos. O primeiro castigo é para os maus "administradores": "Serão cortados ao meio e participarão do mesmo destino dos infiéis." Precisa dizer qual o destino dos infiéis? O segundo castigo é para o pessoal da casa que sabe da sua responsabilidade, mas não cumpre: "Serão chicoteados muitas vezes." E o terceiro castigo é para aquelas pessoas que agem de forma a merecer o castigo, mas que não conheciam estas palavras: "Serão chicoteados poucas vezes."

        Bem, eu não sei quanto a vocês, mas eu já apanhei muito dos meus pais quando era criança e posso dizer que não é nada agradável. Eu, particularmente, acho meio difícil que o nosso Pai do Céu, misericordioso como é, nos mande chicotear para que paguemos pelos nossos erros... De qualquer forma, é melhor pensar em estar preparado para a vinda de Jesus, esperando ansiosamente, "com os rins cingidos e a lâmpada acesa", a fim de merecer sentar à mesa com Ele, do que agir corretamente com o intuito de não levar as chicotadas...

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Encontre o que você procura com mais eficiência! Instale já a Barra de Ferramentas com Windows Desktop Search! É GRÁTIS!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 23 de outubro (Lucas 12,35-38)

Jesus sabia motivar seus Apóstolos!

        No Evangelho de hoje, Jesus nos diz para ficarmos de alerta. A expressão "Que vossos rins estejam cingidos..." significa para estarmos em estado de prontidão para quando Ele chegar. Antigamente, quando se usavam longas túnicas, que atrapalhavam os movimentos, usavam-se faixas em torno do abdome, na altura dos rins, para prender a túnica e facilitar os movimentos. "...e as lâmpadas acesas." Tem o mesmo significado. Devemos permanecer em estado de prontidão, com a lâmpada acesa, para quando Ele chegar, sem aviso, não haverá tempo para providenciar pavio, óleo, acender a lâmpada...

        "Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater." Quando o noivo chega em casa, depois do casamento, chega com a noiva nos braços. Como ele vai conseguir abrir a porta se as mãos estão ocupadas? Ele vai bater à porta e os homens devem estar atentos para lhes abrir a porta IMEDIATAMENTE!

        Observe como a mensagem de hoje é clara e objetiva: não sabemos o dia em que iremos morrer, ou que o Senhor Jesus irá voltar. Portanto, devemos estar preparados o tempo todo para a volta dEle. "Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá." Já imaginou como será maravilhoso? Quem estiver preparado para a chegada de Jesus, será servido por Ele. Em Lucas 17,5-10, que refletimos no dia 07 de outubro, Jesus nos disse que o "patrão" não precisaria nem agradecer aos empregados, pois eles não fizeram nada além da sua obrigação, no entanto, hoje Ele nos diz que irá se preparar ("cingir os rins"), vai fazê-los sentar-se à mesa, e servi-los. Existe maior exemplo de humildade? Ele nem precisaria agradecer, mas vai muito além do agradecimento: Ele mesmo faz questão de servir. Quantos patrões, nesse mundo, desceriam do seu pedestal, para sentar seus empregados à mesa e servi-los, por eles terem cumprido suas obrigações? E por que Jesus faz isso? Porque Jesus, diferente de nós, sabe valorizar as pessoas, sem a preocupação de parecer fraco ou de "perder a autoridade" diante dos seus amigos. Isso motiva as pessoas. E um verdadeiro líder sabe da necessidade que seus liderados queiram desempenhar as suas funções.

        Dale Carnegie escreveu um dos livros mais vendidos no mundo na década de 1950. Neste livro, ele diz que só existe uma forma de conseguir que alguém faça alguma coisa: conseguir que a outra pessoa queira fazer. Pense nisso... Logo abaixo segue a transcrição do Capítulo II desse fantástico livro. Para quem interessar, o livro pode ser baixado clicando aqui. Boa leitura!

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com

Obs.: O link de ontem, com a pregação do Padre Léo, já foi consertado. Vale a pena ver a Reflexão de ontem.

 

CAPÍTULO II

O grande segredo de tratar com as pessoas

Sob o firmamento existe apenas um meio de conseguir que alguém faça alguma coisa. Você já meditou alguma vez nisto? Sim, apenas um único meio. E este meio é conseguir que a outra pessoa queira fazer. Lembre-se: não existe outro caminho.

Naturalmente você pode fazer com que um homem lhe dê seu relógio achegando-lhe um revólver sobre as costelas. Pode obter de um empregado a sua colaboração -- até você virar as costas - ameaçando-o com a despedida. Pode levar uma criança a fazer o que você deseja por meio de pancadas ou ameaças. Mas todos estes métodos cruéis têm repercussões profundamente indesejáveis.

O único processo pelo qual posso conseguir que você faça alguma coisa é dando-lhe o que você quer.

Que quer você?

Sigmund Freud disse que tudo em você e em mim emana de dois motivos: a necessidade sexual e o desejo de ser grande. John Dewey, o mais profundo dos filósofos da América, opina um pouco diferentemente. Diz que a mais profunda das solicitações na natureza humana é "o desejo de ser importante" Guarde esta frase: "o desejo de ser importante". É ela muito significativa. Você vai ouvir bastante acerca da mesma neste livro.

Que quer você? Não muitas coisas, mas as poucas coisas que você deseja apresentam-se com uma insistência que não poderá ser negada. Quase todo adulto normal deseja:

1. Saúde e preservação da vida.

2. Alimento.

3. Repouso.

4. Dinheiro e as coisas que o dinheiro pode proporcionar.

5. Vida futura.

6. Satisfação sexual.

7. O bem-estar dos filhos.

8. Uma sensação de importância.

Quase todos esses desejos são satisfeitos - todos, menos um. Existe um que se apresenta quase tão profundo, quase tão imperioso como o desejo de alimento ou de repouso e que raramente é satisfeito. É o que Freud chama "o desejo de ser grande", é o que Dewey designa por "desejo de ser importante".

Certa feita Lincoln começou uma carta dizendo: "Todos gostam de um cumprimento". William James disse: "0 mais profundo princípio da natureza humana é a ânsia de ser apreciado". Ele não falou, veja bem, do "desejo" ou da "vontade", ou da "aspiração" de ser apreciado. Falou na "ânsia" de ser apreciado.

Aqui está uma espécie de fome humana insaciável, e os poucos indivíduos que honestamente satisfazem esta avidez tão enraizada no coração terão as pessoas na palma da sua mão e "mesmo o proprietário de uma empresa funerária fica triste quando elas morrem".

0 desejo de sentir-se importante é uma das principais diferenças entre as pessoas e os animais. Para ilustrar: Quando eu era um rapazola, na fazenda, em Missuri, meu pai criava porcos de pura raça Duroc-Jersey e gado com o melhor pedigree de focinho branco. Costumávamos expor nossos porcos e nosso gado "focinho branco" nas feiras e nas exposições de rebanhos do Middle West. Conseguimos primeiros lugares várias vezes.

Meu pai prendia as fitas azuis (símbolos da mais alta distinção) num pedaço de musselina branca, e, quando recebíamos visitas, ia,logo buscar o pedaço de musselina. Meu pai segurava numa extremidade e eu na outra quando exibíamos as fitas azuis.

Os porcos não ligavam às fitas azuis que ganhavam. Meu pai, porém, dava-lhes grande valor. Tais prêmios lhe ensejavam muita importância.

Se os nossos antepassados não tivessem tido este vivo desejo de se sentirem importantes, a civilização teria sido impossível. Sem ele, seríamos apenas como os animais. Foi o desejo de ser importante que levou um empregado num armazém, pobre e sem ilustração, a estudar alguns livros de direito que encontrara no fundo de uma barrica de objetos pessoais descartados e que comprara por cinqüenta centavos. Você, por certo, já ouviu falar deste empregado de armazém. Chamava-se Lincoln.

Foi esse desejo de ser importante que inspirou Dickens a escrever suas novelas imortais. Tal desejo inspirou Sir Christopher Wren a gravar suas sinfonias na pedra. 0 mesmo desejo levou Rockefeller a juntar milhões que jamais gastou! E este mesmo desejo fez o homem mais rico da sua cidade construir uma casa muito maior do que as suas necessidades.

Este desejo faz você querer usar roupas da última moda, dirigir os últimos carros e falar sobre seus inteligentes filhos. É este desejo que leva muitos rapazes a se tornarem bandidos e assassinos. A média dos jovens criminosos de hoje, diz E. P. Mulrooney, antigo comissário de polícia de Nova York, tem o ego inflado, e seu primeiro pedido depois da prisão é ver os jornais que deles fazem heróis. A desagradável perspectiva de cumprir uma sentença na prisão parece remota desde que ele possa admirar sua fotografia ocupando espaços ao lado de retratos de esportistas famosos, astros de cinema e televisão e políticos.

Se você me disser que se sente importante eu lhe direi quem é você. Isto determina o seu caráter. É a coisa mais significativa sobre você. Por exemplo, John D. Rockefeller satisfazia seu desejo de importância dando dinheiro para erigir um hospital moderno em Pequim, na China, para cuidar de milhões de pessoas pobres, as quais nunca viu nem veria. Dillinger, por outro lado, satisfazia o desejo de ser importante sendo um bandido, um assaltante de bancos, um assassino. Quando os agentes do FBI andavam à sua procura ele apareceu numa casa de fazenda em Minessota e disse: "Eu sou Dillingerl' Sentia-se orgulhoso de ser o "Inimigo Público Número Um". "Eu não vou fazer-lhe mal algum, mas eu sou Dillinger", disse ele.

Sim, a única diferença fundamental entre Dillinger e Rockefeller é o modo como eles satisfaziam o desejo de importância.

A história está cheia de exemplos divertidos de pessoas famosas lutando para se sentirem importantes. Mesmo George Washington quis ser chamado "Sua Majestade, 0 Presidente dos Estados Unidos"; e Colombo pleiteou o título de "Almirante do Oceano e Vice-rei da índia". Catarina, a Grande, recusou abrir cartas que não eram endereçadas a "Sua Imperial Majestade"; e a Sr. Lincoln, na Casa Branca, virou-se para a Sr. Grant como uma fera e gritou: "Como ousa estar sentada em minha presença antes de meu convite?"

Nossos milionários ajudaram financeiramente a expedição do Almirante Byrd ao Pólo Antártico na certeza de que várias montanhas de gelo seriam chamadas com os seus nomes; Vítor Hugo aspirou a ter nada menos do que a cidade de Paris com outro nome em sua honra. Mesmo Shakespeare, o mais poderoso dos poderosos, procurou aumentar o fausto do seu nome, buscando um brasão para sua família.

Muitas pessoas se tornaram enfermas com a finalidade de conquistar simpatia e atenção, e desfrutar um ar de importância. Tomemos, por exemplo, a Sr McKinley. Ela satisfez seu desejo

de importância, forçando o marido, o presidente dos Estados Unidos, a esquecer os importantes negócios do país enquanto ficava reclinado na cama a seu lado, durante horas, envolvendo-a nos braços, ninando-a para dormir. Alimentava seu absorvente desejo de merecer consideração, insistindo em que ele permanecesse a seu lado enquanto tratava dos dentes; e, certa feita, criou uma cena tempestuosa quando McKinley a deixou só com o dentista enquanto tornava uns apontamentos com John Hay, seu primeiro-ministro.

Mary Roberts Rinehart contou-me uma vez que uma inteligente e forte jovem adoecera com o fim de desfrutar a consideração e os cuidados de sua família. "Um dia", disse a Sr Rinehart, "esta mulher teve que encarar qualquer coisa, sua idade talvez". Os anos solitários já haviam passado e tinha ela que esperar muito pouco da vida.

"Foi para a cama e, por dez anos, sua velha mãe subiu e desceu para o terceiro andar, levando-lhe bandejas, como enfermeira. Mas, um dia, a velha senhora, cansada com tal serviço, foi para a cama e morreu. Por algumas semanas a enferma definhou; resolveu levantar-se, vestiu-se e recomeçou a viver".

Certas autoridades declaram que algumas pessoas atualmente se tornam doentes muita vez para encontrar na terra dos sonhos da insanidade a consideração que lhes fora negada no áspero mundo das realidades. Existem mais pacientes sofrendo das faculdades mentais nos hospitais dos Estados Unidos que de todas as outras doenças conjuntamente.

Qual a causa da insanidade?

Ninguém pode, por certo, responder a uma pergunta tão vasta como esta, mas nós sabemos que certas doenças, como a sífilis, atacam e destroem as células do cérebro, causando a loucura. De fato, metade de todas as doenças mentais pode ser atribuída a causas físicas tais como lesões cerebrais, álcool, tóxicos e ferimentos. Mas, a outra metade - e essa metade é a parte mais terrível do caso - a outra metade das pessoas que se tornam insanas mentalmente, pelo menos na aparência, nada de anormal apresenta organicamente nas suas células cerebrais.

Nas neuroscopias, quando estudados por meio de microscópios da mais alta potência, os tecidos cerebrais mostram-se perfeitos, tão saudáveis como os seus e como os meus.

Por que esta gente se torna atacada das faculdades mentais?

Formulei recentemente esta pergunta ao médico-chefe de um dos nossos mais importantes hospitais para loucos. Este doutor, que recebera as mais altas honrarias e os mais ambicionados títulos pelo valor dos seus conhecimentos no campo da psiquiatria, confessou-me, com toda a franqueza, que ele mesmo não sabia porque as pessoas se tornavam insanas. Decerto ninguém sabe. Mas disse que muita gente se torna assim porque encontra na insanidade a satisfação da consideração que sempre almejou e que não teve facilidade de encontrar no mundo real. Contou-me, então, o seguinte caso:

"Tenho agora uma cliente cujo casamento foi uma verdadeira tragédia. Ela queria amor, satisfação sexual, filhos e prestígio social; mas a vida trouxe-lhe o aniquilamento de todas as esperanças. Seu marido não a amava. Recusava-se mesmo a fazer as refeições com ela, obrigando-a a servir os alimentos no próprio quarto. Ela não teve filhos, nem destaque social. Tornou-se louca; e, em sua imaginação, divorciou-se do marido e retomou seu nome de solteira. Acredita agora que se consorciou na alta aristocracia britânica e faz questão de ser chamada de Lady Smith.

"No tocante aos filhos imagina que tem um novo bebê cada noite. Sempre que chego para visitá-la, diz-me: `Doutor, tive um filhinho a noite passada. Uma vez desfeita a vida, todos os barcos dos sonhos se esbatem nas rochas ásperas da realidade; mas, nas encantadoras e fantásticas ilhas da loucura, todas as suas galeras correm para o porto, velas enfunadas e o vento assobiando em torno dos mastros.

Trágico? Oh, não sei. Seu médico me disse: "Se eu pudesse com minhas mãos restituir sua sanidade mental, não o faria. Ela é muito mais feliz assim como está".

Se muitas pessoas vivem tão desejosas de consideração que chegam a se tornar desequilibradas mentalmente para conseguir o seu intento, imagine que milagres poderemos realizar dando às pessoas uma apreciação honesta deste aspecto da insanidade.

Um dos primeiros homens da área comercial nos Estados Unidos a receber um salário superior a um milhão de dólares anualmente (numa época em que não havia imposto de renda e em que um indivíduo que recebesse cinqüenta dólares semanais era considerado de boa situação) foi Charles Schwab. Andrew Carnegie escolheu-o para ser o primeiro presidente da recém fundada United States Steel Company, em 1921, quando Schwab contava apenas 38 anos de idade. (Posteriormente Schwab deixou a US Steel e foi dirigir a Bethlehem Steel Company, então em má situação, e dela fez uma das empresas mais bem sucedidas dos Estados Unidos.)

Por que Andrew Carnegie pagava a Schwab mais de 3 mil dólares por dia? Por quê? Por que Schwab era um gênio? Não. Por que ele conhecia mais sobre a manufatura do aço que outras pessoas? Tolice. Charles Schwab disse-me que tinha muitos homens trabalhando para si que conheciam mais sobre a manufatura do aço que ele.

Segundo Schwab, a razão de perceber um salário tão elevado era a sua habilidade no tratar com as pessoas. Perguntei-lhe como fazia isto. Eis o segredo, exposto por suas próprias palavras - palavras que deviam ser gravadas na eternidade do bronze e postas em cada lar e escola, em todas as lojas e em todos os escritórios da terra, palavras que as crianças deviam decorar ao invés de gastar o seu tempo decorando a conjugação dos verbos latinos ou a quantidade das chuvas anuais, palavras, enfim, que transformarão a sua e a minha vida, caso nós resolvamos segui-las:

"Considero minha habilidade em despertar o entusiasmo entre os homens", disse Schwab, "a maior força que possuo, e o meio mais eficiente para desenvolver o que de melhor há em homem é a apreciação e o encorajamento".

"Não há meio mais capaz de matar as ambições de um homem do que a crítica dos seus superiores. Nunca critico quem der que seja. Acredito no incentivo que se dá a um homem pra trabalhar. Assim, sempre estou ansioso para elogiar, mas repugna-me descobrir faltas. Se gosto de alguma coisa, sou sincero na minha aprovação e pródigo no meu elogio."

Eis o que Schwab fazia. Mas o que faz a média dos homens? Exatamente o oposto. Se não gosta de qualquer coisa, investe contra o subordinado; mas, se gosta, não diz coisa alguma. Como reza um dito: "O mal fiz uma vez, e nisso sempre falaram; o bem fiz duas vezes, mas nisso nunca falaram".

"Tenho viajado muito na minha vida, e tenho encontrado grandes homens em várias partes do mundo", declarou Schwab, "mas ainda estou para encontrar o homem, seja qual for a sua situação, que não tenha feito melhor trabalho e nele posto maiores esforços sob um espírito de aprovação do que se tivesse de fazê-lo sob o espírito da crítica."

Isto, disse ele francamente, foi uma das principais razões do fenomenal sucesso de Andrew Carnegie. Carnegie elogiava seus associados publicamente, do mesmo modo que o fazia em

particular.

Carnegie fez questão de elogiar seus assistentes até mesmo na sua sepultura. Escreveu para si mesmo um epitáfio que diz: "Aqui jaz um homem que soube ter junto a si homens que eram

mais inteligentes que ele".

A apreciação sincera foi um dos segredos do sucesso de Rockefeller no conduzir os homens. Por exemplo: Quando um dos seus sócios, Edward T. Bedford, cometeu um erro e a firma perdeu um milhão de dólares numa compra mal realizada na América do Sul, John Rockefeller podia ter feito qualquer crítica; mas sabia que Bedford havia feito o possível, e o incidente foi encerrado. Assim mesmo Rockefeller ainda encontrou alguma coisa a elogiar; congratulou-se com Bedford porque conseguiu salvar 60% do dinheiro que havia investido na compra.

"Isto é esplêndido", disse Rockefeller. "Nós não podemos fazer sempre as coisas conseguindo lucros certos."

Tenho no meu arquivo uma história que, sei bem, nunca aconteceu, mas que, por ilustrar uma verdade, vou repeti-la aqui De acordo com esta anedota, uma lavradora, depois de um duro dia de trabalho, colocou na mesa, na frente de seus companheiros, um monte de feno. Quando, indignados, perguntaram-lhe se tinha enlouquecido, ela retrucou: "Ora, como é que eu ia saber que poriam reparo? Faz vinte anos que venho cozinhando para vocês e durante todo esse tempo nunca abriram a boca para dizer que não queriam comer feno".

Quando, há poucos anos atrás, se realizou um estudo sobre esposas que abandonavam os maridos, qual foi a conclusão a que se chegou? "Falta de reconhecimento". E posso até mesmo testar que um estudo sobre os maridos que abandonam as esposas levaria à mesma conclusão. Em geral nos acostumamos tato com a presença de nossas esposas, que nunca nos lembramos de dizer-lhes o quanto as estimamos.

Um membro de uma de nossas classes relatou-nos a respeito de um pedido feito por sua esposa. Ela e um grupo de companheiras da igreja estavam seguindo um programa de auto-aperfeiçoamento. A mulher solicitou ao marido que a ajudasse elaborando uma relação com as seis coisas que, segundo ele, ela poderia fazer para se tornar uma esposa mais eficiente. Ele relatou à classe: "Esse pedido me deixou surpreso. Francamente, não me teria sido difícil relacionar seis coisas nas quais gostaria que ela mudasse - e ela, por sua vez, poderia ter relacionado milhares de coisas em que eu poderia mudar -, mas não o fiz. Em vez disso, disse-lhe: `Vou pensar nisso e amanhã pela manhã dou uma resposta'. "Na manhã seguinte, levantei-me muito cedo, liguei para uma floricultura e pedi que entregassem seis rosas vermelhas à minha esposa, acompanhadas de um cartão com os dizeres: `Não consigo me lembrar de seis coisas em que você poderia mudar. Eu a amo do jeitinho que você é'.

"Quando cheguei em casa naquela noite, adivinhem quem me recebeu à porta? Exatamente. Minha esposa! Estava quase chorando. Nem preciso dizer, fiquei extremamente contente por não tê-la criticado como me pedira. "No domingo seguinte, na igreja, após minha esposa apresentar os resultados de sua missão, muitas das mulheres com quem ela estudava procuraram-me e - disseram: `Foi o gesto mais cortês que vi em toda a minha vida'. A partir de então compreendi que poder tem a apreciação."

Ziegfield, o mais espetacular produtor teatral que já encantou a Broadway, conseguiu tal reputação pela sua sutil habilidade em glorificar a garota americana. Conseguia repetidamente transformar desalinhadas criaturinhas que ninguém olharia duas vezes, no teatro, numa visão encantadora de mistério e sedução. Conhecendo o valor da apreciação e da confiança, ele fazia as mulheres sentirem-se belas pelo penetrante poder dos seus galanteios e considerações. Era prático: aumentava o salário de suas coristas de 30 dólares por semana a 175. E também era cavalheiresco: na noite de abertura das Follies, mandava um telegrama às estrelas nos seus camarins, e cobria cada corista, no espetáculo, com rosas "American Beauty".

Certa feita fui inteiramente dominado pelo fastio e passei seis dias e seis noites sem comer. Não foi coisa difícil de suportar. Eu estava com menos fome no fim do sexto dia do que no fim do segundo. Conheço, entretanto, e você também, pessoas que pensariam haver cometido um crime se deixassem suas famílias ou empregados sem alimento durante seis dias; mas elas deixarão por seis dias, seis semanas e muita vez sessenta anos sem lhes prestar uma sincera consideração, coisa que eles desejam tanto como a alimentação.

Disse Alfred Lunt quando desempenhou o principal papel em Reunion in Vienna (Reunião de Viena): "Nada há que eu necessite tanto como estímulos para minha vaidade".

Alimentamos os corpos de nossos filhos, amigos e empregados, mas apenas esporadicamente alimentamos sua vaidade. Nós lhes damos um bife com batatas para adquirirem energia, mas nos descuramos de dar-lhes as palavras de estímulo que ecoarão nas suas memórias como a música das estrelas matutinas.

Paul Harvey, num de seus programas de rádio, "O resto da história", mostrou como uma apreciação sincera consegue modificar a vida de uma pessoa. Contou que, anos atrás, uma professora de Detroit solicitou a Stevie Morris que a ajudasse a procurar um camundongo que estava solto na sala de aula.

Entenda-se: ela apreciava o fato de que a natureza havia dado a Stevie algo que na sala ninguém possuía. A natureza havia dado a Stevie um aguçado par de ouvidos para compensar sua cegueira. De fato, era aquela a primeira vez que alguém reconhecia a capacidade de seus ouvidos. Hoje, após muitos anos, ele afirma que aquele ato de consideração iniciava uma nova vida. A partir daquele momento, começou a desenvolver seu dom auditivo e esforçou-se por se tornar, sob o nome artístico de Stevie Wonder, um dos maiores cantores e compositores de música popular dos anos 70(*).

Alguns leitores estão dizendo justamente agora que acabam de ler estas linhas: "Isto não passa de tolices! Isto não dá resultado algum a não ser com pessoas atrasadas".

Por certo que a bajulação raramente produz efeito com gente de discernimento. É frívola, egoísta e insincera. Deve falhar e constantemente acontece isso. Muitas pessoas se acham tão famintas, tão sedentas por apreciação que aceitam qualquer coisa, do mesmo modo que o homem que está morrendo à fome come até capim e minhocas.

Mesmo a Rainha Vitória era suscetível à galanteria e à lisonja. 0 primeiro-ministro Benjamin Disraeli confessou que sempre as empregava um pouco quando tratava com a rainha. Usando suas próprias palavras disse ele: "Espalhava-as como o pedreiro, com a trolha". Mas Disraeli foi um dos homens mais polidos, mais galantes e mais corretos que já governaram o grande Império Britânico. Foi um gênio na sua esfera. 0 que teria eficiência para ele, necessariamente para você e para mim não teria valor. No trato diário, a bajulação far-lhe-á mais mal que bem. Lisonja é falsificação e, como dinheiro falsificado, poderá causar-lhe transtornos se tentar passá-los adiante.

 

*  Paul Aurandt, Paul Harvay's the Rert of the Stony ( New York:

Doubleday, 1977). Editado e compilado por Lynne Harvey. Copyright Oc Paulynne, Inc.

 

A diferença entre o elogio e a bajulação? É simples. Um sincero e a outra insincera. Um vem do coração; a outra da boca para fora. Um é altruísta; a outra é egoísta. Um é universalmente admirado; a outra universalmente condenada.

Vi há pouco tempo um busto do herói mexicano general Alvaro Obregon no Palácio Chapultepec, na cidade do México. Embaixo do busto estavam gravadas as seguintes sábias palavras da filosofia do general Obregon: "Não tenha medo dos inimigos que o atacam. Tenha medo dos amigos que o bajulam".

Não! Não! Não! Não estou sugerindo a bajulação. Longe disso. Estou falando sobre um novo modo de viver. Deixe-me repetir. Estou falando sobre um novo modo de viver.

0 Rei Jorge V tinha uma série de seis máximas espalhadas nas paredes da sua sala de estudos, no Palácio de Buckingham. Uma das máximas dizia: "Ensine-me a não fazer, nem receber elogio barato". Está aí tudo em que consiste a bajulação: elogio barato. Li certa vez uma definição da bajulação que merece ser repetida: "Bajulação consiste em dizer a um outro homem justamente o que ele pensa acerca de si mesmo".

"Use a linguagem que quiser", disse Ralph Waldo Emerson, "mas você nunca poderá dizer senão o que você é."

Se tudo que tivéssemos de fazer fosse usar a bajulação, todos fariam o mesmo e todos seriam técnicos em relações humanas.

Quando não temos o nosso pensamento absorvido em algum problema definitivo, geralmente gastamos 95% do nosso tempo pensando em nós mesmos. Agora, se deixarmos de pensar em nós mesmos por um momento e começarmos a pensar nos pontos bons de um outro homem, não necessitaremos de nos valer da bajulação tão barata e falsa que pode ser motivo de zombaria, quase antes de sair da boca.

Uma das virtudes mais negligenciadas no nosso dia-a-dia é a valorização. Às vezes, por algum motivo, descuidamos de fazer um elogio a um filho ou a uma filha quando nos apresentam suas boas notas, e deixamos de incentivar nossas crianças quando pela primeira vez fazem um bolo ou constroem uma gaiola de passarinho. Nada alegra mais uma criança que este tipo de elogio e de interesse por parte dos pais.

Da próxima vez que você gostar do filet mignon que comer no restaurante do clube, peça ao garçom para dizer ao cozinheiro que ele estava excelente, e quando um vendedor cansado se mostrar de uma gentileza incomum, não esqueça de mencioná-la.

Todo pastor, conferencista ou orador sente a inutilidade de seu desempenho quando não recebe da audiência o menor comentário elogioso. 0 que se aplica a profissionais aplica-se duplamente àqueles que trabalham em escritórios, lojas e fábricas e aos nossos familiares e amigos. Nas nossas relações interpessoais, não devemos nos esquecer de que nossos companheiros são seres humanos e que, como tais, desejam ouvir uma palavra que os valorize. É a moeda legal que todas as almas apreciam.

Experimente deixar um rasto amistoso de pequenas centelhas de gratidão à sua passagem. Você se surpreenderá em ver como elas acendem chamas de amizade que alumiarão sua trajetória numa próxima visita.

Pamela Dunham, de Nova Fairfield, Connecticut, tinha, como responsabilidade de seu trabalho, que supervisionar um bedel que não vinha trabalhando como se esperava. Os outros empregados da firma zombavam dele e sujavam os corredores para provarem o péssimo serviço que ele prestava. A situação não era boa e a loja perdia em produtividade.

Pam, sem sucesso, procurou motivar esse homem. Notou, porém, que de quando em quando ele fazia bem determinado serviço. Fez questão de elogiá-lo por esses trabalhos bem feitos diante de todos os funcionários. Cada dia que passava, o trabalho dele foi melhorando e, em breve, muito em breve, tudo o que fazia resultava eficiente. Hoje ele é um funcionário excelente e todos o elogiam e fazem questão de reconhecê-lo. O elogio honesto obteve resultados onde a crítica e a ridicularização falharam.

Magoar as pessoas não apenas não as modificam, como jamais as despertam para suas atividades. Há um velho ditado que recortei e coloquei sobro o meu espelho, onde, inevitavelmente, sempre o vejo:

"Passarei por este caminho uma só vez; por isso, se existe qualquer bem ou qualquer gesto de bondade que eu possa fazer em benefício do ser humano, que eu faça já. Que eu não o adie ou negligencie, pois por aqui jamais passarei".

Emerson dizia: "Todo homem que encontro é superior a mim em alguma coisa. E neste particular eu aprendo dele".

Se isso era verdade para Emerson, não parece ser mil vezes mais para você e para mim? Deixemos de pensar nas nossas qualidades, nos nossos desejas. Experimentemos descobrir as qualidades boas de um outro homem. Esqueçamos então a bajulação. Façamos um honesto e sincero elogio. Seja "sincero na sua aprovação e pródigo no seu elogio e as pessoas prezarão suas palavras, guardando-as e repetindo-as durante toda a vida - repetindo-as anos depois, quando você já as tiver esquecido.

 



Receba as últimas notícias do Brasil e do mundo direto no seu Messenger! É GRÁTIS! Assine já!